Abençoada por Deus

Algo maravilhoso aconteceu comigo hoje.
Resolvi voltar para a Igreja depois de aproximadamente 15 anos afastada.
Reneguei a Deus ao perceber a falta que meu pai fazia na minha adolescência. Enquanto todas as minhas amigas eram apresentadas para a sociedade pelo pai, o meu não estava ali presente.
Andei por caminhos incertos e tortuosos, pecando e não me arrependendo.
Ganhei uma Bíblia Sagrada da minha mãe no dia 11/09/98, no dia do meu aniversário de 19 anos. Nela, minha mãe deixou a seguinte mensagem:

"A esperança é sempre uma luz a nos guiar e uma força a nos empurrar."

Ainda assim, prestes a me mudar de cidade, ficar distante da minha mãe, dos meus amigos de infância, não retomei aos braços do Pai.
Foi preciso chegar às últimas consequências para que buscasse ser uma pessoa melhor, mas, ainda assim não voltei para o Pai. Pelo menos deixei de ser uma rebelde sem causa.
Missas, somente as de casamento e formatura.
Aos poucos, fui sentido a necessidade de uma religião, de estar próxima de Deus.
A princípio me apeguei à Bíblia, mas, de verdade, só criei a disciplina de ler a Palavra de Deus de uns 3 anos para cá, mais fortemente nesse ano.
Algumas oportunidades de conhecer outras religiões surgiram. Evangélica, Espírita. Mas não queria me converter.
Com a chegada do meu sobrinho e eu ter sido anunciada como sua futura madrinha, reancedi em meu coração a vontade de me entregar a Deus novamente.
Ainda assim demorou um pouco para que eu tomasse a decisão de voltar para a Igreja Católica.
Hoje foi o meu retorno. E que benção!
Durante a semana me inscrevi no Curso de Batismo e confirmei os horários da Missa.
Fui despretenciosa, não acreditando que seria tocada de imediato.
Ao chegar, uma surpresa: fui convidada a fazer a II Leitura.
Em todos os meus anos de Católica em Patos de Minas, nunca fui convidada para nada. Fiz o EAC - Encontro de Adolescentes com Cristo - que é uma atividade bem interessante, de Católicos praticantes, mas, acabava tendo um viés de sociedade, de burguesia, os Filhos de Fulano, Ciclano da família Tal sempre eram os mais requisitados, faziam parte do Canto e eu, da família Saldanha (que família é essa? quais são suas posses?) sempre fazia parte da Limpeza.
Minha mãe conta que se decepcionou com a Igreja Católica quando percebeu que tudo girava em torno do dinheiro, por exemplo, na morte do meu pai, não conseguiu que celebrassem uma missa para sua alma. Não me recordo, era muito pequena e não quis nem ir no cemitério. Preferi ir brincar de boneca.
Abaixo está a leitura que fiz na Missa de hoje:

II Leitura (Hb 12,5-7, 11-13)
Leitura da Carta aos Hebreus.
_ Irmãos, 5 já esquecestes as palavras de encorajamento que vos foram dirigidas como a filhos: "Meu filho, não desprezes a educação do Senhor, não desanimes quando ele te repreende; 6 pois o Senhor corrige a quem ele ama e castiga a quem aceita como filho". 7 É para a vossa educação que sofreis, e é como filhos que Deus vos trata. Pois qual é o filho a quem o pai não corrige?
11 No momento mesmo, nenhuma correção parece alegrar, mas causa dor. Depois, porém, produz um fruto de paz e de justiça para aqueles que nela foram exercitados. 12 Portanto, "firmai as mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos; 13 acertai os passos dos vossos pés", para que não se extravie o que é manco, mas antes seja curado. _ Palavra do Senhor.
AS: Graças a Deus!

E o sermão do Diácono (a Missa foi celebrada hoje por um Diácono devido outros compromissos dos Padres) me trouxe mensagens importantes também. Ele comentou que quando estamos passando por uma dificuldade, não devemos procurar outras soluções. Devemos procurar a quem pode nos ajudar, Deus. Que se quisermos passar pela porta estreita, não devemos querer carregar uma cruz menor. Devemos enfrentar os nossos problemas e carregar a cruz que Deus colocou em nossas vidas, como fez Jesus Cristo que não fugiu da sua cruz. Ele também comentou sobre a II Leitura, que Deus é como um Pai e quer nos educar, nos ensinar, e para isso muitas vezes tem que nos castigar.
É impressionante como todas as mensagens se encaixaram perfeitamente para mim.
Ontem, lendo a Bíblia, Livro de Jó, fiquei impressionada com a história e a fé de Jó. Apesar de todos os males que o atingiram, em nenhum momento renegou a Deus.
Estudando o livro Eu Creio - Pequeno Catecismo Católico, novamente cita a Jó.
Fiquei emocionada ao receber o convite para fazer a II Leitura e comentei com quem me fez o convite que estava retornando para a Igreja naquele dia depois de muitos anos. Ao invés de me repreender, me disse: "Que benção!".
Me senti acolhida.
Deus em nenhum momento me abandonou.
Sou uma pessoa Abençoada por Deus. Apesar de tê-lo renegado, me distanciado, ele nunca deixou de me conceder as graças mais maravilhosas: família, saúde, emprego, segurança, paz, amor, felicidade.
Sei que sempre tive Deus no coração. Quando estou com medo sempre afirmo "O Senhor é meu Pastor e nada me faltará".
Leio o Salmo 90 (Heb 91) Confiança há muitos anos e isso tem ajudado sempre.
Estava sentindo falta dos rituais, mas, no fundo do meu coração, sempre me mantive fiel à Deus.
Me sinto agora como em A Parábola do Filho Pródigo. Deus me acolheu. Já não quero mais pecar e nunca mais quero abondoná-Lo.
O momento mais emocionante na Missa de hoje, o qual não pude conter as lágrimas, foi no momento da Comunhão, mas para as crianças. Elas recebem o pão por ainda não terem feito a 1ª Eucaristia. Fui aos prantos.
Talvez pela beleza das crianças sem pecados, sem maldade em seus corações.
Me senti tão pecadora. Não pude comungar, pois, há muito não me confesso.
Talvez pela beleza da maternidade.
Foi um momento mágico.
Sai de lá aliviada, respirando profundamente e com um sentimento de alegria que há muito tempo não experimentava.
Fiquei ansiosa por compartilhar todos esses meus sentimentos e talvez conseguir tocar o coração de alguém que esteja nessa mesma situação.
Irmãos, só Deus é a salvação!