Palavras

Aqui começa uma história. A minha história com as palavras.
Palavras que desde muito pequena me lembro.
Palavras que sempre me fizeram sonhar.
Palavras simples, recheadas de emoção.
Hoje eu vivo em meio às letras e caracteres.
Hoje eu as solto no ar.
Palavras! Essa sou eu: Vanêssa Saldanha de Sousa.
Com todos os caracteres e acentos.
Com toda essa verdade.
Assim como as palavras sou simples, recheada de emoção.
Agora começo a me revelar.
Venha comigo!
Ouça as minhas palavras.

domingo, 26 de setembro de 2010

O sofrimento da amargura é opcional. O sofrimento da dor é inevitável

"O sofrimento é opcional. A dor é inevitável." Me recordo que um amigo meu tinha essa frase na mensagem pessoal do MSN.
Divagando pelo Twitter, eu acabei citando essa frase e um outro amigo me questionou sobre o sentido dela.
Fazendo uma análise no sentido das palavras, resolvi revitalizá-la.
Sofrimento = Dor física ou moral; padecimento, amargura. / Desgraça, desastre. Se como amargura, só fica amargurado quem quer.
Amargura = tristeza, pena, angústia, aflição: curtir a amargura. Se felicidade é um estado de espírito, a tristeza também.
Pesquisando a origem dessa frase, encontrei um poema de Carlos Drummond de Andrade que copio abaixo.

"Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional..."

(Carlos Drummond de Andrade)

2 comentários:

  1. Às vezes, a dor é o que permitirá que o sofrimento seja opcional. A dor ensina. O sofrimento destrói.

    ResponderExcluir
  2. Realmente acho que a dor tem sua origem em momentos ou algo que não vivemos...

    Observação: Faz um bom tempo que não a vejo no 5º andar de Santa Cecília, saudades ou dor é o que sinto.

    ResponderExcluir